quinta-feira, 18 de abril de 2019

Papa Francisco fala: AOS JOVENS E A TODO O POVO DE DEUS

A JUVENTUDE DA IGREJA

34. Ser jovem, mais do que uma idade, é um estado do coração. Assim, uma instituição antiga como é a Igreja pode renovar-se e voltar a ser jovem em cada uma das várias fases da sua longa história. Com efeito, nos seus momentos mais dramáticos, sente a chamada a retornar ao essencial do primeiro amor. Ao recordar esta verdade, o Concílio Vaticano II afirmava que, «rica de um longo passado sempre vivo, e caminhando para a perfeição humana no tempo e para os destinos últimos da história e da vida, ela é a verdadeira juventude do mundo». Nela, é sempre possível encontrar Cristo, «o companheiro e o amigo dos jovens». 

Uma Igreja que se deixa renovar

35. Peçamos ao Senhor que liberte a Igreja daqueles que querem envelhecê-la, ancorá-
la ao passado, travá-la, torná-la imóvel. Peçamos também que a livre doutra tentação: acreditar que é jovem porque cede a tudo o que o mundo lhe oferece, acreditar que se renova porque esconde a sua mensagem e mimetiza-se com os outros. Não! É jovem quando é ela mesma, quando recebe a força sempre nova da Palavra de Deus, da Eucaristia, da presença de Cristo e da força do seu Espírito em cada dia. É jovem quando consegue voltar continuamente à sua fonte.
36. Certamente nós, membros da Igreja, não precisamos de aparecer como sujeitos estranhos. Todos nos devem sentir irmãos e vizinhos, como os Apóstolos que «tinham a
simpatia de todo o povo» (At 2, 47; cf. 4, 21.33; 5, 13). Ao mesmo tempo, porém, devemos ter a coragem de ser diferentes, mostrar outros sonhos que este mundo não oferece, testemunhar a beleza da generosidade, do serviço, da pureza, da fortaleza, do perdão, da fidelidade à própria vocação, da oração, da luta pela justiça e o bem comum, do amor aos pobres, da amizade social.
37. A Igreja de Cristo pode sempre cair na tentação de perder o entusiasmo, porque deixa de escutar o apelo do Senhor ao risco da fé, a dar tudo sem medir os perigos, e volta a procurar falsas seguranças mundanas. São precisamente os jovens que a podem ajudar a permanecer jovem, não cair na corrupção, não parar, não se orgulhar, não se transformar numa seita, ser mais pobre e testemunhal, estar perto dos últimos e descartados, lutar pela justiça, deixar-se interpelar com humildade. Os jovens podem conferir à Igreja a beleza da juventude, quando estimulam a capacidade «de se alegrar com o que começa, de se dar sem nada exigir, de se renovar e de partir para novas conquistas».
38. Quantos de nós já não são jovens precisam de ocasiões em que tenham próxima a voz e o estímulo dos jovens, e «a proximidade cria as condições para que a Igreja seja espaço de diálogo e testemunho de fraternidade que fascina». Precisamos de criar mais espaços onde ressoe a voz dos jovens: «A escuta torna possível um intercâmbio de dons, num contexto de empatia. (…) Ao mesmo tempo, estabelece as condições para um anúncio do Evangelho que alcance verdadeiramente, de modo incisivo e fecundo, o coração».

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